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ARTIGO: Educação responsável nos tempos da tecnologia em descontrole

Felipe de Brito Freitas, professor* Felipe de Brito Freitas, professor do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste)

Historicamente, a humanidade trabalha em favor de diminuir o seu esforço. Parece conflitante, porém, quando se trata de evolução tecnológica e inovação, esse objetivo torna-se ainda mais contundente. Um bom exemplo disso é a robotização de diversas atividades operacionais em linhas de produção de fábricas e na agricultura. Tarefas repetitivas e braçais já podem ser facilmente substituídas por máquinas e computadores.

No ano passado, a revista Exame indicou em uma de suas publicações 32 profissões que podem acabar em, no máximo, 20 anos. Destacam-se as profissões de analistas de crédito, corretores de seguros, motoristas de taxis, de ônibus e de caminhões com mais de 90% de chances de acabar nas próximas duas décadas. Em comum, elas apresentam características de repetição de processos e lógicas de funcionamento bem definidas, atividades facilmente programáveis e robotizáveis. Em contrapartida, professores, programadores e analistas de segurança de informação são atividades que a publicação aponta com menos de 20% de chances de acabar.

Paralelamente devemos lembrar que, em tempos não muito remotos, a capacidade de processamento dos computadores apresentava-se como fator limitante à evolução e à robotização de tarefas. Hoje, qualquer smartphone que carregamos nos nossos bolsos possui uma capacidade de processamento cerca de mil vezes maior que os computadores de 30 anos atrás. O mesmo ocorre com a capacidade de armazenamento de informações. Praticamente toda a ciência e conhecimento humano estão na rede mundial de computadores compartilhados e sem custo de acesso.

É inegável que a evolução tecnológica nos traz conforto. Há quem reclame, sinta medo ou a critique, mas ninguém sente falta do preenchimento de cheques, das mensagens SMS, da internet discada só usada aos finais de semana ou da desorientação em uma cidade desconhecida. Nem as ligações telefônicas fazem-nos falta mais. Robôs tradutores em aplicativos de celular diminuem ainda mais as barreiras da ciência e da informação compartilhada.

Diante disso, percebemos que os principais obstáculos na evolução da tecnologia tratam-se da eficiência energética e da consequente preservação do meio ambiente. Os estudos em busca de melhorias nas formas de usar, gerar e transportar eficientemente a energia são tão importantes quanto aqueles que envolvem as tecnologias de processamento de informações e de robotização. Imagine se seu celular somente fosse recarregado a cada semana, a cada mês, ou a cada década!

A educação não pode se desprender desta dinâmica. Muitos estudos apontam para as novas relações de trabalho onde a informação é livre e a metamorfose é constante. A alteração nas formas de ensinar e no que ensinar já são temas de debates em meio às instituições de ensino dos diversos níveis de educação no Brasil e no exterior. As mudanças curriculares de instituições de educação no exterior apontam para a migração dos currículos dos moldes conteudistas para aqueles com foco no desenvolvimento de habilidades e competências. Afinal de contas, a informação estará disponível para todos, mas fará a diferença o profissional que souber o que fazer com ela.

Em busca de se alinharem com essas tendências, algumas escolas pelo mundo têm ensinado a tecnologia e “com tecnologia”. Veja que são duas situações diferentes. Ensinar tecnologia é ensinar como funciona, como é projetada e como é construída. Ensinar “com tecnologia” é ensinar com o auxílio de aparato tecnológico disponível.

Educar com o auxílio da tecnologia é um desafio. O uso deve ser transparente tal qual é o uso de um caderno ou uma caneta, evitando o risco de apenas digitalizar o ensino. O uso dos recursos tecnológicos deve servir para aproximar a educação ao universo do aluno do século XXI e além disso, empoderar o educador oferecendo-lhe recursos para melhorar sua eficiência em sala de aula. Algumas atividades mecânicas como correção de provas e trabalhos e transmissão de conteúdo podem ser substituídos pelas máquinas, enquanto ao professor, será reservado tempo para planejar sua aula, mediar o aprendizado e aprimorar suas metodologias de ensino.

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